Em um país com desemprego de 13%, sobram vagas na área de tecnologia

Para encontrar um profissional para seu time de desenvolvedores, a Fintech Warren, de Porto Alegre, foi longe: após meses de procura, contratou um funcionário que trabalha de casa, em Sinop, polo do agronegócio de Mato Grosso, a 3 mil km de distância. O caso ilustra como o setor de tecnologia se descolou da realidade do mercado de trabalho brasileiro. Em um país de 13,4 milhões de desempregados, ou 12,7% da força de trabalho, o segmento tem no momento 5 mil vagas abertas apenas em startups (empresas nascentes). Considerado todo o ecossistema de tecnologia, as companhias poderiam abrir até 70 mil novas vagas em 2019 – meta que deve ficar longe de ser cumprida por falta de mão de obra capacitada. Veja como se preparar para as oportunidades no setor de tecnologia
abertura de empregos no setor é turbinada por várias frentes. Uma delas é a criação de novas empresas de tecnologia. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), apenas entre janeiro e abril deste ano, nada menos que 2 mil empresas foram fundadas nesse setor. Até dezembro, mais 3 mil podem começar a operar. Do lado dos negócios mais maduros, aponta a Brasscom, que reúne companhias de tecnologia da informação, a demanda de transformação digital em diversos negócios pode garantir que a receita do setor dobre até 2024, somando R$ 200 bilhões. Para chegar a essa cifra, as companhias vão precisar de 420 mil trabalhadores até 2024, segundo o presidente executivo da associação, Sérgio Paulo Gallindo. 
Mas, se há tanta gente procurando emprego, como se explica a dificuldade de unir trabalhadores ávidos por oportunidades às vagas disponíveis? Embora a demanda por profissionais de tecnologia deva ficar em torno de 70 mil pessoas ao ano entre 2019 e 2024, Gallindo explica que as universidade só formam 45 mil profissionais em áreas ligadas a TI por ano. “Desse total, a metade está em cursos como análise e desenvolvimento de sistemas, que estão defasados em relação ao que o mercado exige hoje”, diz. Ou seja: só um quarto da necessidade de profissionais da área é suprida pelo canal tradicional, que são as universidades.

Como a escassez não será resolvida facilmente, empresas e entidades de classe tentam remendar o problema, relaxando critérios para a contratação, pelo menos no que diz respeito à formação universitária. “As empresas estão contratando pessoas que não são formadas em TI e dando um ‘banho de loja’ (treinamento intensivo)”, diz Amure Pinho, presidente da Abstartups. A gaúcha Warren, que foi até Sinop para encontrar um programador, já se adaptou aos novos tempos: “A pessoa formada em Ciência da Computação é ideal, mas temos programadores formados em Direito”, afirma André Gusmão, cofundador da empresa.
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